Paredes de Coura Vegetariana – Congresso Internacional
Veganism

27 Setembro 2019

Paredes de Coura Vegetariana – Congresso Internacional

Paredes de Coura Vegetariana – Congresso Internacional

Este fim-de-semana Paredes de Coura está em festa! Um alvoroço bem verdinho e cheio de amor causado pelo festival CouraVeg.

Um evento maravilhoso que reúne especialistas de todo mundo com quem podemos aprender e trocar ideias sobre os mais variados temas inerentes ao vegetarianismo, desde a cozinha à base de vegetais aos movimentos de desperdício Zero, sem deixar de parte os direitos dos animais. É um acontecimento inspirador, um verdadeiro catalisador de mudança, que não podíamos deixar de partilhar convosco!

Entrevistámos assim, a equipa do festival sobre a origem, objetivos e valores do mesmo.

 

Em primeiro lugar gostaríamos de saber como nasce o CouraVeg?

O CouraVeg nasce de uma consciencialização do município de Paredes de Coura, que numa parceria com a Associação Quinta das Águias e já numa fase posterior com a Associação Animais de Rua, decide dar resposta a um público que procura conhecimentos mais profundos, diferenciados e (muitas vezes) científicos numa temática cada vez mais em voga no panorama nacional e também internacional. É neste momento um congresso internacional anual que já vai na sua 5.ª edição, organizado por uma equipa multidisciplinar de voluntários, focado nos três pilares essenciais do vegetarianismo: ambiente, saúde e animais; e que já recebeu nomes como Matthew Glover (Co-fundador da iniciativa Veganuary), Alex Cornelissen (CEO da Sea Sheperd Global), Steven Wise (reconhecido advogado dos direitos dos animais) e Patrik Baboumian (atleta).

Que impacto gostaria que o CouraVeg tivesse em Portugal?

No fundo, o CouraVeg ambiciona ser um espaço de partilha e debate, onde as pessoas possam encontrar respostas a muitas das perguntas que vão tendo ao longo desta caminhada para um futuro mais sustentável. Aqui encontram especialistas de várias áreas, tanto nacionais como internacionais, que estão disponíveis para partilhar a sua experiência e conhecimento. Além disso, é dado espaço a organizações não governamentais, empresas e outros projectos para se apresentarem e mostrarem o que têm feito e as dificuldades que têm encontrado ao longo do seu percurso.

O que significa para o CouraVeg ser vegano/vegetariana?

Vemos o veganismo de uma forma mais holística, em que todos os pequenos passos contam na busca por um mundo mais sustentável. Isso passa por ter em conta todo o ambiente que nos rodeia, as escolhas que fazemos no nosso dia-a-dia, a alimentação e a origem dos nossos produtos, o bem-estar animal e as relações sociais e laborais onde estamos inseridos.

De todas as temáticas inerentes ao tema do vegetarianismo qual gostaria de ver aceite pela maior parte da população mais rapidamente?

Não podemos escolher apenas uma, pois consideramos que todas são igualmente relevantes e é nesse sentido que temos feito o nosso trabalho, de forma a ter um congresso o mais abrangente possível. Sentimos que é fundamental que as pessoas percebam que cada uma tem o seu ritmo e que se para alguns é mais fácil adotar uma alimentação vegetariana, para outros é mais fácil abdicar de vestuário de origem animal ou outra qualquer escolha que possa ter influência positiva. O importante é que caminhemos nessa direção.

Dentro da temática da saúde a partir de uma alimentação vegetariana e saudável, pensa ser necessário ensinar nutrição nas escolas, uma vez que existem cada vez mais recursos de onde é possível adquirir essa informação?

Esta é sem dúvida uma pergunta relevante a fazer ao painel deste ano com a temática “Vegetarianismo para Todos”, onde vão estar presentes Nuno Alvim (Associação Vegetariana Portuguesa), João Graça (do projeto que implementou refeições vegetarianas nas cantinas portuguesas), Sandra Gomes Silva (nutricionista) e Bruno Teixeira (pediatra). Serão com certeza as pessoas mais indicadas para responder a uma questão com esta profundidade.

Sente ser necessária uma estratégia de sensibilização para o modo de vida, ético, saudável e sustentável por parte de órgãos governamentais ou independentes, ou sente que o vegetarianismo se está a espalhar a um ritmo favorável?

Ainda há muito para fazer no campo da sensibilização, mas o vegetarianismo tem vindo a crescer bastante nos últimos anos e prova disso são também as inúmeras iniciativas que têm surgido nesse âmbito.

Vivemos numa sociedade que apesar de ter avançado muito nas questões dos direitos humanos, continua segregada. O racismo e a xenofobia, apesar de enfraquecidos permanecem. O vegetarianismo vem trazer uma noção de igualdade, não só entre seres humanos, mas também entre animais. Será que pode ser um catalisador de mudanças tanto nos direitos dos humanos como é nos dos animais? 

Os direitos dos animais, apesar de terem ganhado voz nos últimos tempos, ainda são pouco falados. Por isso mesmo, este ano criámos um painel só sobre essa questão: “Proteção Animal e Ambiental – Leis e Políticas”, com Inês Sousa Real (política e jurista), Marisa Quaresma dos Reis (provedora dos animais de Lisboa) e Alexandra Moreira (advogada especializada no direito animal). Sem dúvida que ao debatermos estes tópicos iremos por em causa todas as questões inerentes aos direitos humanos.

A programação inclui também o tema de Zero-Waste (desperdício zero). Se pudesse escolher 3 produtos que pudesse retirar do mercado imediatamente, devido às suas consequências catastróficas para o meio ambiente, quais seriam e porquê?

Como é óbvio, entendemos que todas as mudanças exigem um período de adaptação, caso contrário as consequências também podem ser catastróficas. Mas se tivéssemos de escolher diríamos o cigarro, a carne e as embalagens de utilização única. Além de todas as questões associadas à saúde, temos ainda de contabilizar os recursos gastos na produção e distribuição e a ineficaz solução para o seu descarte. No caso das beatas o problema é gritante e exige uma resposta imediata, pois não podem ser recicladas nem compostadas, o que nos deixa neste momento sem solução aparente.

O consumismo frenético e por impulso é algo que nos seduz a tod@s. De que forma pensa que o veganismo pode atenuar essa situação?

Ao tomarmos decisões mais conscientes e ponderadas, acabamos por optar por empresas e produtos com mais significado e mais alinhados com aquilo em que acreditamos. Dessa forma, aprendemos rapidamente que por vezes menos é mais e o consumo reduz.

Lendo o programa, entende-se que o vegetarianismo está relacionado com todos os temas que preenchem o nosso quotidiano, e que são várias as soluções que pode trazer para o nosso futuro. Acredita ser possível construir um mundo novo, livre e funcional, a partir destes ideais nos próximos anos? 

Acreditamos numa mudança nesse sentido a longo prazo e fazemos os possíveis para esclarecer e informar as pessoas, de forma a que essa mudança se torne mais fácil e sustentável.

Acima de tudo qual é a mensagem que o CouraVeg pretende transmitir?

O CouraVeg pretende transmitir uma mensagem informada de coerência, entreajuda e respeito e é sobretudo um espaço de partilha e debate para todos os que tenham interesse em qualquer uma destas temáticas, sejam vegetarianos ou não.

Esperamos sinceramente que se tenham sentido inspirados e com vontade de dar um saltinho a paredes de coura para participarem no festival mais verde de Portugal! Podem encontrar aqui todas as informações que precisam!

Tenham um dia incrível,

NAE

 

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